quinta-feira, 13 de julho de 2023

JURA TANAJURA e TATÁ TAMANDUÁ

CONTO: By Sylvio Fernando Mattos Xavier da Silva 


JURA TANAJURA e TATÁ TAMANDUÁ


Era uma vez, na vastidão da floresta Amazônica, no estado do Pará, um conto fantástico que nos leva a refletir sobre a importância da amizade e a superação das diferenças. A história se desenrola entre uma formiga tanajura chamada Jura e um tamanduá-bandeira chamado Tatá.


A floresta Amazônica era o lar de diversas espécies, cada uma lutando por sua sobrevivência no complexo ecossistema. Jura era uma formiga incansável, sempre em busca de alimento para sua colônia. Ela vivia em um formigueiro próximo a um imponente tamanduá-bandeira chamado Tatá.


Em um belo dia, o destino pregou uma peça na floresta. Um incêndio repentino e devastador começou a se alastrar rapidamente, ameaçando a vida de todos os habitantes da floresta. Jura e Tatá correram para evitar serem consumidos pelo fogo voraz. Juntos, encontraram um rio próximo e perceberam que a água poderia ser sua única chance de sobrevivência.


Enquanto nadavam desesperadamente em direção à segurança, Tatá, com sua peluda e larga costa, notou que Jura estava tendo dificuldades para se manter à tona. Com seu coração cheio de compaixão, o tamanduá-bandeira ofereceu sua ajuda, permitindo que a formiga se agarrasse às suas costas.


A amizade entre Tatá e Jura começou a florescer naquele momento de necessidade. Enquanto enfrentavam as correntezas e lutavam para alcançar a margem oposta, eles perceberam que a união era sua maior força. Juntos, um incentivando o outro eram capazes de superar qualquer obstáculo.


Após escaparem das chamas e encontrarem um local seguro, Tatá e Jura entenderam que suas diferenças não importavam. Tatá era um predador natural, enquanto Jura uma presa em potencial na cadeia alimentar. No entanto, sua experiência compartilhada durante a queimada revelou-lhes a importância dos laços sinceros e da solidariedade.


A partir desse dia, Tatá e Jura decidiram permanecer amigos. A formiga tanajura compreendeu que nem todos os tamanduás eram inimigos em potencial, e o tamanduá-bandeira aprendeu que nem todas as formigas eram destinadas a ser suas presas. Eles descobriram que a amizade podia surgir até mesmo nas circunstâncias mais improváveis.


Juntos, Tatá e Jura exploraram as maravilhas da floresta Amazônica. Eles enfrentaram muitos desafios, desde caçadores furtivos até mudanças no habitat natural, mas nunca se desviaram de seu compromisso um com o outro. E a cada obstáculo superado, a amizade entre a formiga e o tamanduá se fortalecia ainda mais.


Essa história fantástica nos lembra da importância de valorizar os laços genuínos que criamos ao longo de nossas vidas. A amizade é uma força poderosa que transcende as diferenças e nos ensina a respeitar e apreciar o verdadeiro valor de cada indivíduo.


No coração da floresta Amazônica, a Jura e o Tatá provaram que a amizade pode surgir nos momentos mais sombrios e que os laços construídos em situações de dificuldade são os mais fortes de todos. Eles nos lembram que, independentemente de nossa posição na cadeia alimentar ou de nossas características físicas, a verdadeira conexão reside na empatia e no cuidado mútuo.

IZABEL FERERÉU - COBRA-GRANDE DO MARAJÓ/PA

 Conto: By Sylvio Fernando Mattos Xavier da Silva


COBRA-GRANDE DO MARAJÓ/PA


A Ilha do Marajó, localizada no Estado do Pará, é conhecida por sua beleza natural e por suas lendas e mistérios. Uma dessas lendas é a história do ataque da  uma Cobra-grande conhecida como IZABEL FERERÉU uma criatura mítica e aterrorizante que aterroriza os barcos que trafegam pela região.


Por séculos, os moradores da Ilha do Marajó têm ouvido relatos sobre a presença da Cobra-grande, uma serpente gigantesca, com presas de cerca de 30cm capaz de penetrar o coro de um jacaré-açú  de mais de 4 metros de comprimento. IZABEL FERERÉU possui poderes sobrenaturais e uma voracidade insaciável. Porém, essa criatura lendária não se alimenta de qualquer coisa. De acordo com a lenda, a Cobra-grande só se alimenta de homens virgens que nasceram durante a lua cheia.


Os relatos dos ataques da Cobra-grande são assustadores. Os barcos que navegam pela ilha são surpreendidos por um estrondo sinistro e, em seguida, avistam a imponente silhueta da serpente se aproximando rapidamente. Suas escamas brilham sob a luz da lua e seu olhar intimidador aterroriza todos a bordo. A Cobra-grande avança ferozmente, envolvendo o barco em suas enormes mandíbulas. Os marinheiros são completamente impotentes sucumbindo ao seu destino trágico  diante da força da criatura que afunda o barco a procura de um homem virgem. 


Os habitantes da ilha acreditam que a Cobra-grande é uma maldição, uma punição para os que desvirtuam os valores e tradições locais. Essa crença é tão enraizada na cultura dos marajoaras que todos os anos realiza-se uma cerimônia para celebrar a lua cheia e pedir proteção contra os ataques da serpente.


Embora muitos acreditem que a Cobra-grande seja apenas fruto do imaginário popular, alguns afirmam ter visto a criatura de perto. Essas pessoas descrevem a serpente como uma presença imponente e ameaçadora, capaz de transmitir um sentimento de puro horror e desamparo.


Os relatos sobre os ataques da Cobra-grande na Ilha do Marajó atraem a curiosidade de leitores de suspense. A história envolve elementos de mistério, terror e até mesmo uma pitada de romance, uma vez que a criatura só se alimenta de homens virgens nascidos durante a lua cheia. A combinação desses elementos faz com que a lenda ganhe um ar atrativo, tornando-se tema de conversas e fonte de inspiração para filmes e obras literárias.


A Ilha do Marajó, com sua beleza natural e suas lendas intrigantes, continua a cativar moradores e visitantes. A memória dos ataques da Cobra-grande permanece viva na mente dos que ouvem as histórias, deixando um sentimento de mistério e fascinação que envolve essa bela e enigmática Ilha fluviomarítima, considerada a maior do planeta.


Conto escrito em homenagem a nossa avó Maria de Lourdes que nos assombrava contando a lenda da Cobra-grande do Marajó